A conjuntura internacional marcada pelo Capitalismo uníssono tem demonstrado desde sua crise acentuada em 2008 que os principais afetados, como sempre, como nos mostra Galeano, são os trabalhadores menos abastados economicamente, com o agravante daqueles e daquelas que tem seu lugar e sua identidade marcados por viverem na considerada zona histórica de espoliação ianque-europeia: os africanos e nós latinos americanos.
Esse suplício parece não ter fim, pois a sede dos grandes monopólios internacionais muitas vezes associados aos herdeiros das velhas monarquias, oligarquias ou aristocracias locais, atualmente com nova roupagem, formam a restrita elite que se estabeleceu no poder a fim de manter seus privilégios, seu rico padrão de vida e até ampliá-los, independente de quem vai se prejudicar. Isso posto, fica claro que não há interesse para que a classe trabalhadora, principalmente dos países periféricos, usufrua minimamente de seus direitos fundamentais garantidos pelos mais diversos estatutos internacionais, ferindo o princípio básico da Dignamente da Pessoa Humana garantido na Declaração Universal Direitos Humanos, que dirá então dos outros princípios? Que dirá o trabalhador e a trabalhadora, bem como seus filhos e filhas, ter acesso ao conhecimento mais desenvolvido produzido pela humanidade a fim de garantir a ascensão nas esferas decisórias?
Ao contrário, temos assistido em escala mundial ao esforço ilícito desses herdeiros do poder, que usam e abusam de sua autoridade privilegiada, de conluios e disseminação de falsas informações, numa constante para tentar modificar direitos sociais conquistados por meio de muita luta e organização coletiva, na intenção de lhes garantir as "menores perdas possíveis", o que na prática tem deixado nós do lado de cá de mal a pior dia a dia, visto o renascimento à fórceps do que de pior a humanidade produziu até hoje: o escravismo, o totalitarismo, o nazifacismo, a classificação humana pautada na eugenia e o silenciamento de todo aquele e aquela que incomoda ao falso moralismo respaldado em nome de Deus e do Estado autoritário ultraliberal.
Sabemos que o Brasil não sofreu de cara com a crise mundial, mas com o passar do tempo esses efeitos foram se fazendo sentir e concomitante a isso os capitalistas brasileiros associados aos monopólios internacionais que têm interesses de ordem direta e indireta no país, entenderam ser oportuno fazer ajustes políticos para salvaguardar seus negócios e até ampliá-los sobre a desculpa sacana de CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL, implementando reformas em diversas áreas estruturais para o suposto funcionamento do país, sacrificando como de costume nós trabalhadores. Assim, os problemas de ordem financeira e política fez o Brasil após 2013 entrar em colapso pela ingovernabilidade orquestrada por setores que vieram a se tornar os novos golpistas usurpadores que conduziram o país a um buraco ainda maior do que o esperado, afundando os trabalhadores para os tempos mais sombrios que se podia imaginar para esse período.
O país se arrocha, Saúde e Educação não são prioridades, não são vistas como investimentos, mas sim despesas, cuja alternativa é arrochar mais e mais para se enquadrarem no modelo de governo "enxuto" com suas contas.
A educação paulista a cerca de 20 anos nas mãos do PSDB, partido político ligado ao interesse do capital, tem uma política de manipulação de dados e disponibilidade racionalizada de recursos, não dando conta da oferta de educação pública qualificada que se almeja aos filhos e filhas dos trabalhadores e trabalhadoras, pelo contrário, tem se acentuado a perda de qualidade e aprofundado o sucateamento das instituições de ensino público do Estado de São Paulo, governos após governos tucanos: Mário Covas (1999-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006; 2011-2018), José Serra (2007-2010) e atualmente João Doria (2019- em exercício).
A situação caótica colocada na Educação no Estado de São Paulo é um reflexo do cenário nacional, que tem a sua piora significativa na tentativa de inviabilizar o governo petista, desse modo, a situação se agravou demais no Brasil. Assim sendo, nosso país sofreu com o orquestrado golpe destituinte do PT governado pela presidente Dilma Rousseff no ano de 2016, ampliou-se a tentativa de golpe com junção da mídia e da justiça com operação jurídica denominada “Lava Jato”, a qual se tornou um canal direto de perseguição ao ex-presidente Lula, o maior expoente de uma esquerda reformista que manteve uma política de conciliação com a burguesia, mas que conseguiu alavancar avanços sociais e de uma forma positiva diminuir a desigualdade social ao combater a miséria estrutural. Por outro lado, esse mesmo partido amortizou nos brasileiros o espírito combativo transformador levando-os a tornarem-se meramente consumidores ao invés de cidadãos, buscando interesses consumistas individuais mais que os coletivos, algo imperdoável em uma época de tantas perdas para nós trabalhadores.
É nesse cenário que emerge a figura do "pseudo outsider" Jair Messias Bolsonaro, figura da pior estirpe política, um protótipo fascista do século XXI que se sustenta na base das inverdades (fake-news), no discurso do ódio à diversidade que afronta o falso moralismo da família tradicional burguesa e se não bastasse, usa da religião fundada na fé judaico-cristã para justificar as atrocidades que incita e comete em nome de Deus.
Nessa lógica de quebra do Estado Brasileiro e do estado democrático de direito, orquestrado por vários dos setores golpistas (empresários, ruralistas, militares, entre outros), somado ao clima de banalização da política partidária, descrença e esgotamento, a população brasileira escolhe um projeto político de governo de ultra direita, entreguista ao capital norte americano, que tenta escamotear todos direitos para colocar o Brasil de cabeça no projeto ultraliberal que detona as condições de viver dignamente aos trabalhadores.
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