Como ensina Paulo Freire e Demerval Saviani, entendemos que a educação escolar é emancipatória e humaniza, bem como o professor/professora é elemento-chave na transmissão do conhecimento que a humanidade produziu ao longo de sua história. É a partir desse norte que foi formado o Coletivo Educadores Resiliência e Luta (CERL), um agrupamento que nasceu com base na necessidade em buscar respostas para os diversos questionamentos oriundos da prática educativa a qual está submetida os seus membros, no locus específico que é a sala de aula, o chão da escola.
O entendimento para criar esse grupo de luta docente perpassa pelo espaço crucial da representação do trabalhador, o Sindicato (em nosso caso essa instância é a APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). Segundo informações da própria entidade, a APEOESP conta com 180 mil sócios, sendo um dos maiores sindicatos da América Latina, mas ainda assim no nosso entender, necessita ampliar a luta real para manter e contemplar os anseios dos professores(as).
Nessa época difícil marcada pela retirada de direitos e por lutas que ocorrem a fim de mantê-los, uma vez que as conquistas vêm se escasseando cada vez mais, o ano de 2015 foi emblemático para alguns professores que foram os membros fundadores desse coletivo.
Nessa época difícil marcada pela retirada de direitos e por lutas que ocorrem a fim de mantê-los, uma vez que as conquistas vêm se escasseando cada vez mais, o ano de 2015 foi emblemático para alguns professores que foram os membros fundadores desse coletivo.
O ano de 2015 marcou a vida desses professores e de todos os outros valorosos lutadores que, descontentes com a educação pública do Estado de São Paulo, encamparam uma greve que perdurou por 92 dias, que de acordo com a entidade foi a maior já vivida pela rede estadual paulista, contra uma série de problemas de ordem profissional e educacional culminando numa luta ampla, mas que trouxe como vitória reconhecer quem está do seu lado e quem está do lado do opressor, assim, tivemos um contato mais próximo, pessoas que se aproximaram por ideias afins, com o objetivo de contribuir para a transformação real ao sair da zona do discurso e praticar o que acreditavam.
Nesse sentido, 2015 contribuiu para um contato mais próximo e, assim, um elo de amizade se formou, ainda não éramos um coletivo, mas a ação sempre conjunta em prol do que acreditávamos e a participação marcante na APEOESP-Subsede Mauá foi nos fazendo sentir a necessidade em atuar de forma organizada, a qual foi efetivada na eleição interna da Subsede Mauá em 2017, quando decidimos nos unificar e criar o Coletivo CERL para somarmos com outros lutadores na intenção de combater a burocracia que domina a APEOESP.
Nosso agrupamento começou dessa maneira e, de forma coletiva, decidiu pelo nome com ênfase na Resiliência, cuja palavra está associada à capacidade de refazer-se, ressurgir, pois temos por entendimento que hoje ser professor(a) é refazer-se, ressurgir todo dia, encontrar-se nas condições adversas colocadas aos educadores e aos educandos, de modo a tentar manter o foco, encontrar-nos em nós mesmos e espelhar-nos em quem nos inspira, em quem está junto conosco - CERL é sinônimo de refazer-se, ressurgir todo dia no cotidiano caótico em que estamos inseridos, num modelo de sociedade meritocrática, individualista, injusta, desigual e exploratória, típica do Sistema Capitalista, defendida por um estado ultraliberal, que quer nos tornar insignificantes, coisificados, líquidos, instantâneos, apenas números, dessa forma, ser resiliente é saber que vamos ter altos e baixos, mas vamos uns com o apoio dos outros nos ressignificando, refazendo, ressurgindo, tornando a viver, criando vínculos, acreditando no nosso papel de como somos importantes como agentes transformadores por meio da educação formal e da luta coletiva.
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