NOTA DO COLETIVO EDUCADORES RESILIÊNCIA E LUTA
Balanço Assembleia 18/10 e moção de solidariedade ao camarada Francisco (Chico de Mauá) da OPR.
A Assembleia convocada pela categoria para o dia 18/10 na avenida Paulista, vão livre do Masp, às 14h, ocorreu com a presença de aproximadamente 3 mil professores, e foi marcada por um clima de tensão nas proposições das idéias.
O CERL se reuniu após a assembleia e debatendo o que foi presenciado chegou a algumas considerações:
1. O conjunto da categoria, infelizmente, não se fez presente como a urgência do momento necessita, e pelo que foi visto, duas questões nos pareceram mais latentes para essa ocorrência:
1.1. A primeira, foi a ilusão na justiça burguesa, através da medida liminar concedida ao sindicato APEOESP, o professorado paulista, sentiu que não tinha a necessidade de participar da assembleia neste dia, o que para nós, é um grave erro, o Estado na figura do governador João Dória, já entrou com uma ação judicial para invalidar a liminar vigorante, o que pode ser cassado a qualquer momento. Entendemos, que nosso sucesso passa pela ação direta, estar massivamente na assembleia e emplacar uma pauta de ações que promovam a revogação da Portaria CGRH n.6/2019, somente assim, teremos êxito, não dá para cair na lógica da Justiça burguesa, é desgaste, perda de tempo para nós, afinal o ano letivo de 2020 está aí, devemos buscar a revogação por nossos meios de luta e, não esperar do sistema judicial.
1.2. A denúncia de alguns agrupamentos que determinados setores do sindicato, em particular a Articulação Sindical, não viabilizou a luta no interior paulista, ou não fizeram a construção do movimento como deveria ser feito, levando ao esvaziamento da assembleia, se for verídica tal situação, é lamentável!
2. A Assembleia foi marcada por um caráter de tensão, com defesas de duas ideias principais, a primeira apresentada pela direção sindical (Artsind.) e outros grupos aproximados por essa defesa, sobre a ASSEMBLEIA PERMANENTE e a outra por grupos de oposição que propuseram GREVE defendida no microfone pela Oposição Revolucionária (ou tentativa a ser apresentada, como abordaremos na Moção de Solidariedade).
2.1. A ideia de "Assembleia Permanente" é nos colocar no calendário jurídico e/ ou outras arbitrariedades cometidas pelo Governo Tucano, nos levando a participar de "assembleias emergências" que podem ocorrer a qualquer momento dependendo do contexto das ocorrências que atinjam o coletivo do magistério público estadual.
2.2. A segunda ideia de Greve a partir de hoje para intensificar a luta, construindo o movimento para derrubada da Portaria CGRH n°6/2019, e outros tantos prejuízos que estamos tendo com a prática governista que nos desvaloriza, sucateia a educação paulista e impõe mais trabalho para mudar o caos que criaram ao longo destes 21 anos de PSDB no estado de São Paulo.
2.3. Os encaminhamentos após defesas de ideias pela assembleia foram, a escolha da ideia de "Assembleia Permanente" e, aprovação do conjunto de idéias apreciadas no CER (Conselho Estadual de Representantes), as quais foram apresentadas na referida assembleia. Ainda, em relação aos encaminhamentos, não foi aprovado a ida em caminhada até a SEDUC (Secretaria da Educação Estadual). Outro ponto a ser destacado é o das perdas que teremos com a aprovação da Reforma da Previdência Estadual, já preparada pelo governo tucano aguardando apenas o desfecho da Reforma Previdenciária de nível federal, o que significa que faremos o debate nas unidades escolares com mais esse ponto de precarização ao profissional da educação pública estadual.
3. Em linhas gerais, entendemos que a assembleia de hoje ficou aquém ao momento que vivemos de retiradas de direitos, ataques constantes, imposições, destruição da carreira docente por ações desrespeitosa ao nosso Estatuto (LC 444/85). A principal ausência, infelizmente foi tua colega professor e professora que por motivos diversos sabotaram a luta - e também de setores do sindicato que não construíram a luta, como deveria ser feito -, não se fazendo presente, não acreditando no seu poder de transformação, nossa vitória está em nossas mãos, assuma seu papel, participe, construa a carreira que merecemos, não seja mais um "isentão", acreditando que o jaleco é mágico, ignorando que o fazer pedagógico não perpassa pela luta pela garantia de direitos. Ficar sem agir, significa fortalecer o Estado que nos oprime, você tem lado, e seu lado deve ser com o coletivo dos educadores paulistas que acreditam na luta para resolver nossos problemas! Reflita, você é importante para luta! Assuma seu papel! Não espere do outro! Faça você, acontecer!
Moção de Solidariedade e Repúdio a agressão covarde no caminhão de som ao camarada da Oposição Revolucionária professor Francisco (Chico de Mauá).
Ante as discussões e propostas, um fato chama atenção, logo no início do assembleia, pela truculência demonstrada, por parte de pessoas ligadas a direção, quando Chico de Mauá (OPR), teve seu microfone arrancado, antes mesmo que pudesse finalizar sua fala, isso tudo em meio a empurrões, socos e chutes, sendo inclusive, alvo de objeto lançado em sua direção do sindicato. Durante a confusão, o camarada manteve-se o tempo todo com os braços ao alto em sinal de defesa, ato este que não minimizou a violência por ele sofrida, com milhares de olhos por testemunha.
Em solidariedade ao camarada, manifestamos como CERL nossa total solidariedade ao Chico e nossa ojeriza a essa postura covarde de repressão, advinda de quem deveria primar pelo respeito a pluralidade de ideias.
Essa não é a primeira vez que Bebel e seus bate paus partem para a agressão contra aqueles que discordam de suas propostas, ou que ao menos ousem denunciar os conchavos e manobras que ocorrem nos bastidores.
Entendemos tais práticas não serem pertencentes a um sindicato que preza pela democracia, que defenda a Educação, e que respeite e valorize tod@s trabalhadores da Educação. O presenciado hoje, esperamos não se repetir, é o mínimo que exigimos da APEOESP.
Considerações finais
Finalizamos esta nota reafirmando a importância de você (profissional da educação) se fazer presente nas assembleias, para juntos decidirmos os rumos da Luta, que somente se fará legítima com o professorado em unidade na ação direta, ocupando a rua para barrar os ataques de Bolsodória, inimigo número 1 da Educação Paulista.
CERL - Coletivo Educadores Resiliência e Luta.(Subsede Mauá) 18/10/2019.
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