03 de março de 2020 - Previdência estadual: dura derrota ao funcionalismo público paulista!
O conjunto do funcionalismo público estadual sofreu mais um ataque doloroso do governo PSDB que nos impõem uma reforma da Previdência que nos fragiliza a curto e longo prazo.
A série histórica de ataques do governo tucano que retira direitos vem desde o ano de 1999 e nunca parou, mas na figura do atual governador João Dória - um burguês que se transvestiu de trabalhador - a política neoliberal tem sido amplamente praticada tendo como principal marca desse governo a transformação do estado paulista em "Estado mínimo".
A população tem sofrido muito, mas, a blindagem midiática dos veículos de comunicação tradicionais que tendem a ter amplitude em levar suas informações aos populares consegue deixar intacta a figura do "bom moço" do governador, não externando seu governo inócuo que não tem garantido condições necessárias para sobrevivência e vivência digna a boa parte dos paulistas, para exemplificar, basta lembrarmos das tragédias de alagamentos, desmoronamentos, deslizamentos ocorridos com as chuvas recentes, fruto direto de uma política de retirada de investimento, sendo o pior possível com João Dória, que investiu menos de 20% do orçamento destinado a tal finalidade, o reflexo está dado, tragédias em cima de tragédias.
João Doria é uma tragédia por si só, principalmente ao estado de São Paulo, cujo, desgoverno tem se refletido principalmente nos mais pobres, nas periferias, no funcionalismo público e particularmente nos professores. O ano de 2019 tivemos diversos embates contra o desmonte e autoritarismo desferidos a Educação pública estadual. O seu secretário de Educação Rossieli Soares com seu discurso "fala mansa" tem se mostrado altamente autoritário impondo uma série de alterações que não levam em consideração as professoras e professores do estado.
Apesar de sabermos que esse governo não estabelece diálogo, não dá a mínima aos seus funcionários e nem a camada mais pobre da população, não encaramos com energia necessária o novo embate colocado com a Reforma da Previdência. Os nossos erros foram desde o início, ao percebermos que o grosso do funcionalismo público não saiu da sua zona de conforto para encarar com a urgência e união necessária pela magnitude do problema nos colocado. Não assumimos a luta, ficamos com a derrota!
A luta contra a reforma da previdência não seu deu apenas no dia 03/03/2020, na verdade ela vem desde o chamado para assembleia estadual no dia 05/11/2019 via APEOESP que já estava sabendo do encaminhamento de proposta da Reforma pelo governador João Doria ao Legislativo paulista, ou seja, essa luta se deu em vários rounds, quando assumimos essa causa? Se é que foi assumida?
Devemos colocar os dedos nas feridas e termos autocrítica, qual foi o nosso papel nessa luta? As assembléias foram esvaziadas, as direções da APEOESP nas diversas regiões como construíram o movimento? O que os professores assumiram sabendo que sua vida profissional estava indo para o buraco? O que o funcionário público fez para evitar isso? Não adianta crucificar o sindicato de forma oportunista, o que você fez para esse resultado ser diferente?
O sindicato não tensionado se sente cômodo para resolver as questões como lhe for conveniente, para mudar, devemos participar, ser presente, nos fazer escutar para aí sim, termos condições de vencer! Ficar a mercê do parlamento, só vamos servir de boi de piranha - lembrar e rechaçar a truculência e violência gratuita desferidos pelos funcionários públicos estaduais de farda que covardemente agrediram trabalhadores que se fizeram presentes para não serem usurpados de direitos conquistados com sacrifícios ao longo do tempo - platéia para o show de horrores deles, dia 03 foi mais uma prova disso!
A curto prazo, nós professoras e professores iremos amargar descontos em folha salarial a mais, mesmo estando a anos sem reajuste salarial por parte desse PSDB, inimigo da educação! A longo prazo, a aposentadoria se tornou mais longínqua em anos a trabalhar e idade de vida, enfim, mais dificuldade para aposentar, algo pensado para não acontecer mesmo, sem citarmos o arrolado de perdas que se traduzem nessa nova Reforma da Previdência.
A derrota definitiva se deu no dia 03, mas, começou muito antes, nos faltou acreditar na luta, sair de nossa zona de conforto, das nossas "migalhas" individuais e assumir a luta coletiva para podermos pensar em ter êxito, vitórias! Verdade seja dita, precisamos de esperança, acreditar em nós mesmos, e infelizmente a nossa presidenta da APEOESP Maria Isabel reflete a derrota! Com ela não dá mais! Teremos eleição nesse ano do sindicato e não é possível mantermos esse conformismo derrotista que a Bebel representa! Hora de mudar, buscar ter alguma esperança, porque viver de derrotas não dá mais! Teremos mais ataques com a nova carreira do magistério, mais uma forma safada de dividir a categoria e implementar a política de estado mínimo, mas, para isso devemos aprender com essa acachapante derrota da previdência, arregaçar as mangas, deixar de lado os interesses individuais, assumir a luta coletiva e fazer acontecer! Professores acordem!
CERL - Coletivo Educadores Resiliência e Luta.
(Subsede Mauá & Subsede Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra).
11/03/2020.
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