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o 1° de maio e a pandemia

  
 O ano de 2020 não tem se mostrado nada fácil a ninguém, principalmente pelo drama causado pela Covid19, e hoje, o 1º de maio, data simbólica das trabalhadoras e trabalhadores nos faz pensar mais do que nunca sobre a classe trabalhadora e as perspectivas para o futuro imediato ante o presente e passado.

   As origens históricas do dia d@s trabalhador@s denotam a luta classista pela conquista de direitos, mediante a exploração burguesa, referindo-se a luta por melhores condições de trabalho, entre as quais, a diminuição da jornada de trabalho de 16 horas, 14 horas, para 8 horas diárias, além da exploração acentuada pela falta de direitos essenciais, como férias remuneradas, aposentadoria, auxílio doença ou condições de segurança para o trabalho. Nesse contexto, de exploração, no final do século XIX e início do XX, o operariado norte-americano organizou massivas greves, obtendo sucesso em muitas localidades estadunidense acerca da pauta colocada, contudo em Chicago, cidade do estado de Illinois, estimulada pela mídia burguesa e o anseio patronal de silenciar a classe trabalhadora levou a um violento confronto que culminou com muitos feridos e mortos, e mais do que isso, o processo de judicialização para criminalizar a luta por direitos impondo o fechamento de sindicatos e no sentenciamento de quatro líderes operários a pena de morte (1867).

   Nesse contexto, que se faz referência ao 1º de maio como dia simbólico internacional da classe trabalhadora, como dia da trabalhadora e trabalhador pela representação da luta para conquistar direitos, enfrentar a exploração capitalista mediante seu próprio suor e sangue.

   Em 2020, o 1° de maio acontece em meio ao caos sanitário, trazido pelo SarsCov2, expondo toda população planetária ao risco iminente de morte, em maior escala, as(aos) trabalhador@s que não conseguiram ter seus direitos de saúde garantidos (isolamento/distanciamento social), sendo expostos ao vírus todos os dias na batalha pelo pão.

Em especial, aos trabalhadores da saúde merecem todo o destaque, ao passo que milhares e milhares entregaram suas próprias vidas no front do combate á Covid19, mas não sejamos romantizadores dessa questão, devemos dar ênfase ao fato de que o trabalho deve ser um meio justo de garantia digna de subsistência e não a via pela qual o trabalhador encontra a morte. 

   Jornadas sobre humanas de trabalho, agressões físicas, assédio moral, indisponibilidade de testes rápidos, falta de EPI's, sucateamento e desvalorização, abandono e medo, são a tônica do cotidiano desses trabalhador@s, mas isso não é novidade, a Covid19 simplesmente evidenciou com brutalidade toda a miséria a que estão expostos.

   A Covid19 escancara a crueldade do sistema Capitalista no Brasil, cuja principal exposição se dá com maior mortalidade dos mais pobres, que não têm muitas vezes uma moradia digna, não tem o saneamento básico mínimo, falta o trabalho, e consequentemente o alimento, os levando a buscar alternativas a sobreviver saindo do isolamento social que concomitante representa infelizmente o risco de se deparar com a morte.

   Em contra partida, a classe dirigente política e jurídica do país faz do momento um palanque eleitoral de tensionamento entre as forças dos 3 poderes como um “jogo lúdico”, dada a constância de crises institucionais criadas nesse período de pandemia, e nessa cortina midiática não deixam de criar situações facilitadoras aos agrupamentos empresariais, criam garantias de superação ao momento crítico a burguesia enquanto a classe trabalhadora agoniza diante da miséria que lhe é concedida!

Por um 1º de maio com dignidade à classe trabalhadora do Brasil e do mundo!

Fora Bolsonaro, fora Mourão e todos capitalistas que expõem a vida da classe trabalhadora como insignificante, pouco importando se morrem!


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CERL - Coletivo Educadores Resiliência e Luta.
(Subsede Mauá).
01/05/2020.

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