A pandemia no Brasil
O Brasil está sendo sabotado desde o primeiro momento por parte do presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido), que se negou no início da pandemia a reconhecer sua existência e gravidade e por conseguinte contra as ações para preservar a população brasileira da mesma, estabeleceu divergência contra todos os estados e municípios por se colocarem contra o isolamento social, tratou-a como algo irrelevante (“gripezinha”), estabeleceu desrespeito às orientações científicas de âmbito mundial (OMS), colocando dúvida na população brasileira, dificultando acatar o único e essencial meio de minimizar a proliferação da doença, o isolamento social, sabendo que esta não é uma medida perpétua, apenas temporária, para dar condições de avanços científicos e organização dos sistemas sanitários para se distanciar de um eventual colapso advindo da pandemia.
As práticas oriundas de uma agenda ultraliberal, de desmonte do Estado, não se minimizaram nesse momento, pelo contrário, ações de cunho social, foram morosamente tomadas, burocraticamente realizadas, dificultando a muitos brasileiros o acesso ao auxílio-emergencial, nos quais, aproximadamente ⅓ ainda não conseguiram nem receber a 1ª parcela.
Evidente, que com tal inviabilização, agregada as condições socioeconômicas do país que expressam a desigualdade que tem se aprofundado mais e mais, tem levado, segundo os dados noticiados que ao menos 100 milhões de brasileir@s buscaram auxílio, ou seja, se não tem auxílio, às condições difíceis de isolamento em casas pequenas, levaram as pessoas a buscarem uma alternativa a sobreviver, e infelizmente, descumprir o isolamento e se colocar em risco, e também, aos próximos dela, de seu círculo pessoal e social, e os resultados estão aí, no Brasil, o vírus levou a óbito, pela matéria divulgada no jornal paulista “O Estado de São Paulo”, em grupos de escolaridade os seguintes dados: 71% de mortes no grupo de pessoas analfabetas, 59% de pessoas com o Ensino Fundamental I, 48% de Ensino Fundamental II, 35% de Ensino Médio e 23% de Ensino Superior, e além disso, ao montante das mortes no Brasil, no grupo de pessoas brancas, a mortalidade é de 38%, e dos negros de 55%.
Esses dados apresentam expressamente, o Covid no Brasil é classista, a classe trabalhadora está no abate, está sendo sacrificada, sem o isolamento social e ações do governo com agilidade para manter as condições da grande massa sobreviver, o cenário será muito pior, já que temos atualmente praticamente 29 mil mortes, os números dia após dia acima dos 1000 mortos, sem perspectiva de diminuição e o fortalecimento da abertura impulsionado pelos Capitalistas, que querem suas produções a todo vapor - pressão nos Estados e municípios da federação - com a chancela do governo Federal.
Violência racial
O mundo assistiu a gravação do assassinato cometido pelo policial branco da cidade estadunidense de Minneapolis (Minnessota) ao negro de 46 anos, George Floyd, na segunda feira, 25/05, mais um caso racista no país, no mundo, e na história global.
O assassinato, a forma corporativista da ação policial que atuaram de forma branda a gravidade do ocorrido, apenas demitindo o policial assassino e seus colegas de farda envolvidos, posteriormente as proporções tomadas, “decidiram” agir, prendendo o assassino com indicação de crime de terceiro grau, sem “intenção” de matar, mesmo sabendo-se que asfixiou George Floyd, por aproximadamente 8 minutos, nos quais, o mesmo angustiantemente avisou não conseguir respirar.
A conduta policial, levou a um levante da população negra, inicialmente na cidade, mas já, se espalhando pelo país, com caracterização de ação direta, atingindo símbolos que expressam e reforçam o status quo do racismo, como delegacias, empreendimentos industriais, redes midiáticas.
A ação direta resposta a mais uma situação concreta de racismo realizada por autoridades públicas, que deveriam zelar e garantir o bom andamento da segurança pública, e não violar os direitos dos cidadãos, em particular dos afro-americanos. A resposta da população que vivencia tal situação insere a tod@s a se manifestar, mostrando objetivamente um fato que coloca prontamente a luta como caminho, mesmo no período da pandemia. A pandemia é grave, mas, o assassinato sistemático de pessoas, a comoção, a indignação, a raiva, a brutalidade, conduz conscientemente a uma ação direta, e claro, que todas as forças que defendem as bandeiras da luta contra o Capitalismo, as bandeiras de defesa das minorias, das bandeiras dos Direitos Humanos, não podem se esconder do chamado! Uma reação imediata a uma ação repugnante! E nos últimos dias o tensionamento tem aumentado e se espalhado para diversas regiões do EUA e também pelo mundo.
Reiteramos que, somos a favor ao isolamento social, mas, temos consciência de seu papel efêmero, que se tivesse sido levado com seriedade e sem sabotagens, teria muitos ganhos reais ao nosso país, entretanto, não somos míopes de entender que situações que se encaminham necessitarão de ações que quebram o isolamento social, e objetivamente e conscientemente somaremos, como sempre fizemos, desde o chão da escola até questões da luta de classes a todo instante apresentadas no contexto da sociedade Capitalista.
O Brasil constantemente assiste a violência racial - o jovem João Pedro assassinado pela Polícia no Rio de Janeiro, por exemplo - e outras tantas, contudo, ações que efetivamente confrontem essas situações, são poucas, isoladas, o país precisa de conscientização para muitas situações, o que demanda participação de quem é do campo das defesas dos excluídos e marginalizados, em seus aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais. Ser solidário a classe remete a ações concretas, boletins, panfletagem e hashtags atingem, todavia, insuficientes!
Fake-news: uma realidade aqui, outra acolá!
As Fake-news uma expressão da “Pós-Modernidade” tem uma caracterização nefasta, mas, não única, já que em sua lógica de ação ela ganha direcionamento de acordo com o interesse do seu difusor na ordem pessoal, coletiva e até “industrial”, ora em propagar uma falsa notícia, deturpar dados de acordo com interesses próprios, manipular informações, ora em desqualificar como “fake-news” fatos concretos, embasamentos científicos consolidados, desconstrução de conceitos sólidos, difundindo a dúvida, criando um ambiente de instabilidade em relação a diversas situações.
Nessa lógica industrial, as “Fake-news” tem se revelado um instrumento obscuro utilizado em forma extremamente nociva e perigosa para as sociedades em geral, cabendo citar o Brexit, a eleição nos EUA, a eleição no Brasil, a pandemia do Covid-19 e outras situações pelo planeta.
No Brasil levantou-se sérias suspeitas no pleito de 2018, inclusive se noticiando insistentemente a teia criminosa de disparos massivos em redes sociais, com a finalidade de interferir na percepção do eleitor, levando dúvidas no que era verdade do que era mentira. Em decorrência a tal situação o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem analisado por motivo de Fake-News a possível impugnação da chapa Bolsonaro-Mourão. Além disso, as Fake-News não pararam, a câmara dos deputados abriu uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para fazer investigações, e por último a abertura de investigação por parte do STF (Superior Tribunal Federal), que nesta semana realizou ações de busca e apreensão em propriedades de diversos aliados do presidente Jair Bolsonaro, desde membros da política oficial (nacional e estaduais), empresários, apoiadores pela eventual rede industrial de Fake-News, calúnias, linchamentos virtuais contra pessoas e instituições da República. A ação foi mais uma página da crise política e institucional pela qual o Brasil vem passando, colocando em embate os Poderes Executivo e Judiciário do país.
As “Fake-News” se transformaram em bandeira de oportunistas em várias situações, entre as quais, de “desculpas” a eventuais ações grosseiras, desrespeitosas, negacionistas, que não condizem como prática de qualquer cidadão, seja ela no âmbito pessoal, profissional, seja do setor privado ou público, assim, se “utilizando” do ser “Fake-News” para não ter que se posicionar corretamente e avaliar que tal postura não é admissível, e não deve ser tolerada como “liberdade de expressão”, e tais ações devem ser retiradas e retratadas, no mínimo.
Assédio no (tele)trabalho!
O assédio no trabalho tem se manifestado em várias formas, seja no âmbito presencial, seja no virtual. Não podemos deixar de focar na nossa realidade educacional estadual (teletrabalho), mas, também, a MPV (Medida Provisória) de número 936, que trata sobre o benefício emergencial, da precarização do trabalho com justificativa de “preservação de empregos” que permite negociações individuais entre empregador e empregado, permitindo a redução de salário em até 70%, com igual redução de trabalho com ajuda governamental e estabilidade empregatícia por igual período e no extremo a suspensão do emprego para auxílio emergencial.
O teletrabalho na rede estadual de São Paulo tem se mostrado amplamente excludente, não atingindo aos estudantes por suas realidades socioeconômicas, não tendo equipamentos tecnológicos, acesso a internet, e condições satisfatórias para desenvolver seu estudo. Além disso, tem se verificado por conversas e denúncias dos profissionais docentes um aumento nas jornadas de trabalho, em muitas escolas, por gestões e coordenações que estão exigindo além do que tem se veiculado em documentos oficiais da SEDUC (Secretaria da Educação), e nas diversas manifestações públicas do secretário da Educação, Rossieli Soares.
A última reunião de Representantes Escolares (RE) da Apeoesp, em nossa subsede Mauá, corrobora atenção especial ao assédio em várias escolas da região. Bem como, foi refletido sobre a postura do professor ante o cenário atual, de ter um olhar diferenciado, pois, o momento requer uma atenção diferente e cuidados com envios excessivos de conteúdos, materiais, atividades ao alunos para não gerar sobrecarga, e aprofundar as desigualdades, os que têm condições em estudar via virtual, dos que não tem essa condições.
A MPV-936 decretada pelo governo federal está em vigência desde 01 de abril, contudo, nesta semana a câmara dos deputados estaduais aprovaram - ainda falta a câmara senatorial - para a medida se tornar lei, confundindo a classe trabalhadora com a retórica de “defesas de empregos” que na prática se mostra mais precarizante da situação trabalhista aos empregados, isolando-os de condições de terem direitos e acatarem “qualquer proposta” do empregador, para não perderem o “emprego”.
As formas vistas aqui tipificam os assédios que estão ocorrendo nesse cenário de Covid-19, que oportunamente patrões e muitos de seus subordinados que desempenham papel de “fiel escudeiro” em implantar formas de constranger, pressionar e implementar ações que fragilizam a situação do trabalhador.
Notas de repúdio.
1. Repúdio ao processo eleitoral realizado pelo sindicato SINPEEM (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo) no dia 22/05, que se deu pela via virtual, não possibilitando um processo eleitoral justo, uma vez que o fechamento das unidades escolares pelo Coronavírus para estabelecimento do isolamento social não permitiu o amplo debate. O reflexo direto, foi a baixa votação dos associados, menos de 10% de votantes! Por uma eleição com condições de igualdade, amplo debate, com participação efetiva dos associados!
2. Repúdio a postura de servidores públicos que atacam gratuitamente profissionais da Saúde, com expressões desrespeitosas, negacionistas e estimulantes a ataques aos que conseguem se manter em isolamento social, inclusive mantendo suas atividades de forma diferenciada em teletrabalho.
As redes sociais tem sido um veículo importante de disseminação de discursos de ódio, travestidos de liberdade de expressão, discursos estes que traduzem opiniões, no mínimo controversas, a respeito das medidas sanitárias empregadas na tentativa de diminuir a curva de contágio - especificamente na cidade de Mauá, que enfrenta índices alarmantes de disponibilidade de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e respiradores para a população -, advindas de quem deveria, acima de tudo, promover discussões embasadas na ciência e nos fatos, porém prefere ter uma postura negacionista, se valendo de retórica chula, atacando aqueles que ousam expressar opiniões evidenciando o “fique em casa” como mecanismo de sobrevivência, minimizando a relevância da garantia do direito de que todo trabalhador deve ter, que é de guardar seu período de isolamento e distanciamento social.
Recentemente assistimos indignados, o ataque covarde de um servidor público a um grupo de trabalhadores da saúde que protestava por condições dignas de trabalho, na capital federal, fato este que escancarou a falta de apreço pelo trabalho incessante desses profissionais no combate à Covid-19 e que certamente é reflexo de uma parcela da sociedade que se vê representada nesse tipo de conduta irrespeitosa, que tem se espalhado com virulência, tanto física quanto virtualmente no Brasil e no mundo.
Lamentavelmente não são ocorrências isoladas e não raramente somos obrigados a tomar ciência de ataques perpetrados a trabalhadores da Saúde, por pessoas que não tem compromisso com a verdade, lançando mão de Fake-news e uma oratória completamente desconectada da realidade, num tom extremamente violento em meio virtual, inspirando ataques reais, como relatado em reportagem da “Folha de São Paulo”, em 22 de março, onde uma profissional da saúde informa ter sido atacada por alguém, no metrô Paraíso, que jogou restos de uma marmita em sua direção, desferindo xingamentos momentos antes.
No Portal Coren-SP, uma pesquisa feita com enfermeiros, médicos e farmacêuticos no Estado de São Paulo mostrou que 71,6% desses trabalhadores já sofreram agressão física ou verbal no ambiente laboral. Para o estudo, encomendado pelos conselhos regionais das três categorias, foram entrevistados 6.832 profissionais (4.107 enfermeiros, 1.640 médicos e 1.085 farmacêuticos), em 2018. As mulheres constituem um alvo prioritário, representam 84% das vítimas em enfermagem, 57% em medicina e 77% em farmácia.
É imprescindível que se faça este recorte na análise, hábitos virtuais podem incitar ações reais e vice versa, a conexão entre os dois mundos é evidente e ocorrências dessa magnitude pode trazer danos seríssimos à saúde física e mental de quem é alvo desses ataques, salvo o período da pandemia, que é pano de fundo do cotidiano tão extremo desses trabalhadores.
A liberdade de expressão é algo a ser celebrado, em um período democrático, e é um ponto crucial de defesa por parte de instituições e organismos internacionais e de toda sociedade que preza pelo respeito e prima pela diversidade de olhares e opiniões distintos. Para exercê-la é necessário ter apreço pela responsabilidade em compartilhar opiniões embasadas em informações verdadeiras, de preferência, checadas em fontes diversas, observando principalmente que nenhuma opinião emitida pode ferir a integridade moral do outro, principalmente se o emissor da opinião/informação é alguém ligado ao serviço público, especialmente da área da Educação, visto que somos responsáveis por orientar crianças e jovens no combate a comportamentos nocivos nas redes sociais e que devemos observar direitos e deveres também no mundo virtual, no enfrentamento ao cyberbullying, às fake news, à pornografia infantil e de vingança entre outros hábitos/crimes, que possam trazer prejuízos a qualquer pessoa.
Todos estes pontos são exaustivamente discutidos há tempos, por que ainda estamos em um momento que tem mostrado tão pouca evolução neste sentido, e ainda nos vemos obrigados a presenciar tantas incursões desta espécie?
A internet não é terra sem lei, não se pode naturalizar a barbárie, em forma de retórica agressiva, reacionária e beligerante. O servidor público (ou qualquer outrem) não tem licença para atacar quem quer que seja, por qualquer motivo que seja, nas redes sociais, ou em qualquer outro canal, principalmente de acesso público. Quem adota tais práticas deve saber que haverão consequências sérias mediante tal postura, especialmente na área da Educação, onde se considera o servidor público como referência dentro de suas comunidades e tais atos endossam a difusão desse tipo violência, inclusive incitando jovens e crianças, que têm contato com esse tipo de conteúdo, a replicar tais ações.
Esse fato é extremamente grave, principalmente no período pandêmico que temos vivido, onde se discute tanto o isolamento social, observamos ruas e praças lotadas, onde pessoas se expõe ao risco de contágio em larga escala. Não seriam essas pessoas, inspiradas por discursos negacionistas em redes sociais, a adotarem tais condutas tão perigosas?
Aproprie-se do seu valor, não se iguale aos sectários!Promova a justiça e a igualdade! Celebre a diversidade de pensamento!Não seja um pária, o mundo já está saturado desse tipo de gente, que dedica grande parte de sua vida a atacar aleatória e gratuitamente aqueles que têm entregado todas as suas energias ao enfrentamento desse terrível vírus.Evolua!
1 https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/28/auxilio-emergencial-13-de-quem-requisitou-beneficio-nao-recebeu-nenhuma-parcela.ghtml
2 https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/01/auxilio-emergencial-de-969-milhoes-de-cadastros-processados-pela-dataprev-505-milhoes-foram-aprovados.ghtml
3 https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-de-morte-e-maior-entre-negros-e-analfabetos,70003316918
4 https://noticias.r7.com/internacional/caso-george-floyd-quem-e-o-policial-preso-pela-morte-de-homem-negro-que-causa-revolta-nos-eua-29052020
5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/mpv/mpv936.htm
6 https://oglobo.globo.com/economia/camara-aprova-mp-936-que-permite-reducao-de-jornada-entenda-as-mudancas-1-24451894
7 https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/03/profissionais-da-saude-relatam-agressoes-no-caminho-para-hospitais-em-sao-paulo.shtml
8 https://portal.coren-sp.gov.br/noticias/profissionais-da-saude-em-perigo/
9 https://new.safernet.org.br/content/liberdade-de-express%C3%A3o
CERL - Coletivo Educadores Resiliência e Luta.
(Subsede Mauá).
31/05/2020.
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